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Pata do Cavalo
 

Localização: Azinheira de Barros

Protecção: IIP, Dec. N.º 29/90, DR 163 de 17 Julho 1990.  

Enquadramento: rural, alto do outeiro, isolado. Domina as cercanias, junto a um eucaliptal.
 

Acesso: EN 120, em Azinheira de Barros corta-se para o Viso; na paragem da RN vira-se à direita na direcção do Monte das Boiças; sete km a noroeste do monumento megalítico do Lousal.
Cerca de 20 km a sul de Grândola, na EN 262, fica do lado direito a povoação de Azinheira dos Barros. Tomar aí a estrada para o Viso. A 3,5 Km, em frente a uma paragem da RN, cortar à direita por um estradão. Após cerca de 400 metros, virar à esquerda no Monte das Boiças e prosseguir a pé até ao monumento, que se encontra num campo adjacente a seguir a um monte abandonado.

Descrição: planta composta por galeria rectangular e cripta poligonal, atingindo seis metros de diâmetro, orientada segundo o eixo E. / O., com acesso a E. Galeria marcada por 4 esteios em travessão, de dimensões reduzidas, cripta por 8 esteios, alguns de enormes dimensões (c. 2,00 x 3,00 x 0,60). Visíveis ainda restos do "thumulus".

Utilização inicial: funerária

Época de construção: eneolítico, cerca de 2000 a.C.

Cronologia: cerca de 2000 a.C. – construção; ocupação até cerca de 1700 a.C. (calcolítico).

Tipologia: sítio científico. Monumento de falsa cúpula ou "tholos". O monumento tinha parte da câmara revestida internamente por muro de pedra insossa, suportando lajes em fiadas sucessivas, avançando ligeiramente sobre a anterior até fechar a falsa cúpula. (Durante a escavação foram encontrados entre os esteios e no meio da câmara restos das paredes feitas de pequenas pedras.)
Características particulares: o maior monumento megalítico conhecido da cultura dos "tholoi", apenas superado pelo do Barro, em Torres Vedras, que pertence a uma outra civilização.

Intervenção realizada: este monumento foi explorado na década de cinquenta por elementos ligados ao Fundo de Fomento Mineiro e aos Serviços Geológicos de Portugal.
 

Pedra Branca

 

Localização: Melides (Vale Figueira)

 

Acesso: desvio na EN 261, junto a Melides, 700 metros a norte do monumento da Palhota, a este do marco geodésico de Montum. Tomar a EN 261 em Melides, em direcção a Santo André. Após cerca de um km, cortar para a esquerda até à povoação de Vale Figueira. Aí, virar à esquerda num estradão e, a seguir a uma fonte, à esquerda novamente. Para prosseguir é agora necessário transpor o portão de acesso a um monte e continuar para a esquerda até nova bifurcação, em que se corta à direita. O monumento fica muito próximo, junto a um pinhal, a este do marco geodésico de Montum. 700 metros a sul, fica o monumento da Palhota, embora já no concelho de Santiago do Cacém.

Intervenção realizada: descoberto e escavado em 1972 por elementos ligados aos Serviços Geológicos de Portugal.

Observações: o espólio aí recolhido é de grande riqueza e variedade. Com efeito, os mortos ali sepultados foram rodeados de uma grande diversidade de objectos, de carácter tanto utilitário como ritual de que se destacam vasos campaniformes decorados, contas de colar, machados de pedra polida, placas de xisto com decoração, etc. Outra razão ainda contribui para conferir a este monumento uma particular importância: foi possível, durante a sua escavação, detectar fases de enterramento sucessivas com espólios diferenciados, correspondendo a momentos diferentes dentro do período calcolítico.

 

Monumento Megalítico do Lousal

 

Localização: Azinheira dos Barros

Acesso: EN 120, estrada para o Lousal, virar para o Monte Serôdio, passar o pontão; no Monte do Lousal, virar à direita; a 900 metros a sudoeste do marco geodésico de Barros.

 

Protecção: IIP, Dec. N.º 29/90, DR 163 de 17 Julho 1990.

Enquadramento: rural, meia encosta, isolado. Numa encosta dominando um pequeno vale com curso de água.

Descrição: planta longitudinal composta por galeria, rectangular, cripta principal poligonal e cripta secundária ou grande nicho, elíptica, separada da cripta principal por passagem com septos, orientado segundo um eixo este/oeste, com entrada a este. Galeria marcada por cinco esteios, dois de um lado, três do outro, um deles de grandes dimensões; cripta principal com 8 esteios, o maior com cerca de dois metros de altura; cripta secundária formada por nove esteios mais baixos. 

Utilização inicial: funerária  

Época de construção: eneolítico, cerca de 2000 a.C.

Cronologia: cerca de 2000 a.C. – construção; ocupação até cerca de 1700 a.C. (calcolítico) – povo metalúrgico estabelecido na zona mineira.

Tipologia: sítio científico. Monumento megalítico mostrando influências da civilização almeriense, repetindo a planimetria dos túmulos de Alcalar: um grande nicho ligado a um sepulcro com características dolménicas.

Características particulares: originalmente coberto por mamoa de grandes dimensões, de que ainda subsistem vestígios.

 

Intervenção realizada: descoberto e escavado nos anos cinquenta por uma equipa ligada ao Serviço de Fomento Mineiro e aos Serviços Geológicos de Portugal.

 

Museu Mineiro do Lousal

 

Informações úteis: visitas guiadas com marcações para o telefone 269 508 160.

 

Horário: das 10h às 17h; encerra à segunda-feira

Preços: 1,5€ (individual); 0,75€ (grupos superiores a 10 pessoas); visitas organizadas por escolas e crianças até aos 10 anos não pagam.

Integrada na Faixa Piritosa Ibérica, que, com cerca de 250 km de extensão e uma largura que chega a atingir os 40 km, tem início no vale do Sado e prolonga-se até ao vale de Guadalquivir, próximo de Sevilha (Espanha), a mina do Lousal (situada na freguesia de Azinheira dos Barros, concelho de Grândola, distrito de Setúbal) foi explorada entre 1900 e 1988, data em que foi dada como encerrada a sua actividade extractiva.

Foi um lavrador da região, António Manuel, que, em Agosto de 1882, requereu ao Ministério das Obras Públicas e Minas o diploma de descoberta do jazigo do Lousal, que efectivamente foi registado em seu nome no ano seguinte. A concessão provisória foi-lhe atribuída em 1885 e, mais tarde, transmitida ao engenheiro de minas Alfredo Masson, que a manteve até 1899 (data de alvará de abandono). Guilherme Ferreira Pinto Basto foi quem obteve a nova concessão, em 1900. Novas concessões foram feitas, em 1904 (Lousal Novo) e em 1922 (Lousal n.º 2, Lousal n.º 3, Sítio do Montado e Cerro dos Arneirões). Entretanto, Guilherme Pinto Basto transmitira o direito de exploração da mina à firma Minas dos Barros, Lda., em 1910. Cinco anos mais tarde a concessão passava para a empresa Henrique Burnay & Companhia e, em 1934, para a Société Anonyme Belge des Mines d'Aljustrel. Durante dois anos a exploração das duas minas foi feita pela mesma empresa que, em 1936, passou à sociedade belga Mines et Industries S.A. a exploração do Lousal.

Foi a partir precisamente da terceira década do nosso século que o Lousal começou a ser explorado de forma mais intensa, facto a que não é estranha a importância crescente, do ponto de vista económico, das pirites cupríferas, em virtude da procura do ácido sulfúrico. A SAPEC, que em 1928 começava a laborar em Setúbal com uma fábrica de superfosfatos, pertencia ao mesmo grupo proprietário das minas e era um dos consumidores internos das pirites do Lousal, juntamente com a CUF (ainda que esta estivesse principalmente ligada ao complexo mineiro de Aljustrel).

Foi entre os finais dos anos 50 e o início dos anos 60 que se iniciaram estudos para a mecanização das minas do Lousal, tendo havido contactos com as Minas de Montevechio, na Sardenha, cujo chefe dos serviços mecanizados fora o inventor dos protótipos de elementos-chave introduzidos nos trabalhos de lavra do Lousal – as pás carregadores pneumáticas autotransportadoras e os camiões pneumáticos auto transportadores de entulhos (dumpers).

O processo da mecanização, praticamente concluído em 1962, foi acompanhado da ligação das Minas do Lousal à rede rodoviária nacional, cujos trabalhos foram executados por trabalhadores que, devido à própria mecanização, haviam sido considerados "excedentes". É também durante este período que se incrementam algumas acções de carácter social, como a construção de habitações para o pessoal das minas, casa de saúde, farmácia, posto médico, instalações comerciais e salão de festas.
Se analisarmos os dados estatísticos referentes à população do Lousal, de 1911 a 1960, assistiu-se ao seu acentuado crescimento populacional (de 167 habitantes em 1911 para 1273 em 1940 e 1906 em 1960), iniciando-se a partir de então um decréscimo da população residente, numa primeira fase certamente ligado à mecanização do trabalho mineiro (1252 habitantes em 1970 e 957 em 1981) e, posteriormente, ao fecho da mina (679 habitantes em 1991).

O território que acabámos de vos apresentar, após quase um século de exploração mineira, é hoje uma zona degradada dos pontos de vista ambiental e paisagístico, socialmente e economicamente deficitária, marcada por restos da exploração e em que são visíveis os estigmas que sempre são inevitáveis com o abandono de projectos que sustentaram durante muito tempo e em exclusivo o desenvolvimento local.

Felizmente que, no caso em apreço, menos de dez anos após o encerramento, o antigo proprietário das minas e o município local uniram esforços para promover no Lousal uma iniciativa de desenvolvimento integrado, capaz de reabilitar economicamente e socialmente a região e com uma componente cultural.

A promoção e a gestão do "Programa de Desenvolvimento lntegrado e de Redinamizacão do Lousal" pertencem a uma fundação (Fundação Frederic Velge) que congrega as duas instituições citadas. O financiamento é parcialmente suportado por fundos comunitários.
Para a realização da parte cultural foi convidada a Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial (APAI) que se encarregou de desenvolver o "Projecto de Musealização da Mina do Lousal".

Como acima dissemos, trata-se de um projecto de desenvolvimento integrado que inclui a criação de infraestruturas turísticas (hotelaria, espaços de lazer, campismo, turismo rural, restaurantes) de formação profissional e criação de micro-empresas e de equipamentos culturais que em conexão com os restantes programas, assegurem a sua quota-parte da viabilidade do projecto. Por essa razão, a concepção e a implantação do programa museológico implicam um diálogo constante com os promotores e a população, de modo a garantir a qualidade do projecto e a salvaguarda dos interesses de todas as partes. Também por essa razão o programa tem de ser faseado, ao longo de alguns anos, ainda que fosse mais aliciante a sua abertura ao público em simultâneo e com a apresentação da totalidade do Museu Mineiro.

Refira-se ainda que, uma vez assegurada a viabilidade do projecto, trata-se de uma oportunidade única e pioneira no nosso país de musealizar uma mina. De facto, nas últimas décadas Portugal tem assistido ao encerramento sucessivo das suas minas sem que jamais tenha sido possível mostrar ao público o que é a actividade mineira.

O projecto do Lousal reúne todas as potencialidades para tornar-se um verdadeiro pólo de dinamização com três vertentes:

Cultura: graças à preservação e reabilitação do património mineiro (nas suas componentes de arqueologia e história mineira, de história geológica e de arqueologia industrial);
Científica: graças ao estudo e à divulgação que se pode fazer desse património, nomeadamente através de um Centro de Documentação/Arquivo a criar anexo ao Museu, e das publicações do mesmo;
Pedagógica: graças à possibilidade que pela primeira vez se oferece ao público português, nomadamente aos estudantes e outros interessados, de tomar contacto com o universo das minas, da mineração e dos Mineiros.

Tal projecto é então uma infra-estrutura de carácter sociocultural de que a região e o país carecem. E se é certo que se trata de uma iniciativa de âmbito local não é menos verdade que o alcance que terá excede em muito a região do Lousal e diz respeito a todo o país.

A musealização de um espaço mineiro assume, pois, uma dupla importância: para a população local, pela oportunidade de redinamização socioeconómica e pela reabilitação de um património sempre presente no quotidiano dos habitantes e nas suas representações mentais, nomeadamente afectivas; e para os visitantes que têm uma apetência pelo universo mineiro, já pelo conhecimento dessa realidade, já pela sedução por esse mundo desconhecido e obscuro feito de mistérios em que tudo se passa nos subterrâneos.

Sublinhe-se, finalmente, que se pretende com este projecto contribuir para o desenvolvimento social e cultural dos habitantes e dos visitantes, para o enriquecimento económico do local, corrigindo assimetrias, para um aumento progressivo do bem estar pessoal e social e da qualidade de vida, isto é, para o desenvolvimento integral e não apenas para o crescimento económico.

 

Necrópole das Casas Velhas

 

Localização: Melides

Acesso: lugar de Casas Velhas, EN 261, desvio junto a Melides; próximo do dólmen da Pedra Branca.

 

Protecção: IIP, Dec. N.º 29/90, DR 163 de 17 Julho 1990.

Enquadramento: rural, meia encosta, isolado, junto a um pinhal.
Descrição: conjunto de cistas assentes em plataformas com inclinação suave, em forma de favo, dispostas em recinto tumular, sem estrutura circundante. Sepulturas de planta rectangular ou trapezoidal, formadas por esteios colocados verticalmente, normalmente quatro, dois laterais maiores e dois menores nos topos. 
Utilização inicial: funerária

Época de construção: Idade do Bronze (Bronze do Sudoeste) – 1500/1400/800/700 a.C.

Cronologia: 1500 / 1400 / 800 / 700 a.C. – período de ocupação.

Tipologia: necrópole com sepulturas de tipo "cistas", de reduzidas dimensões integradas em recinto tumular.

Características particulares: originalmente cobertas por lajes monolíticas.

 

Ruínas Romanas do Cerrado do Castelo

 

Localização: Grândola

 

Acesso: EN 120, Rua D. Nuno Álvares Pereira, Rua Nossa Senhora da Penha.

 

Protecção: IPP, Desp. 12 de Agosto de 1996, Dec. N.º 67/97, DR 301 de 31 Dezembro 1997.

Enquadramento: urbano. Situa-se no recinto da escola primária de Grândola. Os terrenos circundantes à estação são bastante férteis, propícios para a agricultura e criação de gado.

Descrição: no primeiro núcleo foi descoberto, do período romano, um conjunto de estruturas, possivelmente antigas termas formando compartimentos entre si, com muros pavimentados em opus signium, formadas por 4 pequenos tanques, uma piscina e duas salas. Sob a piscina, descobriram-se dois fornos circulares para o fabrico de imbrices (telhas de canudo), tendo sido utilizados na sua construção lateres tubulares (1). Num terreno contíguo, apareceu uma sepultura de inumação, formada por lateres, donde foi exumado um colar de ouro, engastado, moedas de bronze de Augusto, de Alexandre Severo, de Constantino e uma de Emérita. 
Utilização inicial: termas

Época de construção: séculos I/III/IV

Cronologia: século I – construção; século III/IV – continuação da ocupação, mas com algumas modificações; 1914 – referido pela primeira vez por José Leite de Vasconcelos; século XX, anos 40 – a construção da escola primária no local destrói ou danifica muitos vestígios arqueológicos; 1989-1990 – escavações, dirigidas por Marisol Ferreira e João Faria, identificam alguns restos arqueológicos no recinto da escola.

Tipologia: arquitectura civil privada, romana. Termas romanas.

Características particulares: as termas devem ter sido abandonadas antes da exploração agrícola e, por isso, embora a residência tenha sido abandonada pelo proprietário, continuou a ser trabalhada pelos servidores. A proximidade da ribeira de Grândola, assim como a existência de uma barragem romana situada sensivelmente, a dois km a sul, a uma cota mais elevada, proporcionava uma fácil irrigação dos terrenos de cultivo e facilitava o abastecimento de águas às termas romanas; a existência neste local das termas pode indiciar a existência de um pequeno povoado, possivelmente integrado no conjunto de uma villa, que ficaria entre duas importantes cidades: Salacia (Alcácer do Sal) e Miróbriga (Santiago do Cacém); o mesmo poderia servir como estação de muda e local de descanso.

Intervenção realizada: 1989-1990 – intervenções arqueológicas, faseadas em duas campanhas, com o objectivo de realizar sondagens no terreno contíguo à escola (local onde estava prevista a construção de novas instalações) e na tentativa de delimitar com maior exactidão a real extensão da estação.

 

Ruínas Romanas de Tróia

 

Localização: Carvalhal

Acesso: via Setúbal, por barco, ou por estrada, via Alcácer, Grândola ou Santiago do Cacém.

 

Protecção: MN, Dec. 16-06-1910, DG 136 de 23 Junho 1910, ZEP, DG 155 de 02 Julho 1968. 
Enquadramento: rural, borda d'água. Na parte norte da península de Tróia, do lado do estuário, na margem esquerda do rio Sado, numa restinga delimitando, por este, um pequeno esteiro em forma de fenda, a lagoa. 
Descrição: as ruínas do agregado populacional compreendem uma área habitacional, um balneário, quatro zonas de enterramento, um núcleo religioso, além de vários núcleos industriais. Ruínas de edifícios de habitação, de R/C e R/C e primeiro andar, formando quarteirões separados por ruelas, algumas luxuosas com mosaicos em opus vermiculatum, estuques com pintura a fresco; balneário – com vestíbulo, frigidarium, tepidarium e caldarium sobre hipocaustum, piscinas e sala de ginástica; vestígios de mosaicos em opus vermiculatum numa das piscinas; necrópoles de tipologia diversa: sepulturas sobrepostas numa altura de sete metros (margem da Caldeira), sepultura de incineração de Galla, mausoléu de planta quadrada com nichos abertos nas paredes, para guardar urnas cinerárias, sepulturas de superstrutura quadrangular (junto à basílica); basílica paleocristã – com duas partes distintas: a nave (22,5 x 13 metros), com vestígios de oito bases de colunas e de arranques de arcadas transversais, a ábside, a oeste, com pavimento mais elevado, paredes estucadas e pintadas a fresco, com marmoreados, elementos geométricos e emblemáticos; cetárias – grande número de tanques de salga rectangulares e quadrangulares, contíguos, forrados em opus signinum e sem comunicação, com poços de boca circular nas proximidades, para fornecer água para a salmoura. 
Utilização inicial: residencial, industrial

Época de construção: século I/VI

Cronologia: século I – início da ocupação, que se prolongou até inícios do século VI, por povo luso-romano cuja principal actividade era a pesca, o fabrico e a exportação de conservas de peixe. A submersão de parte da povoação terá sido motivada por um fenómeno de transgressão marinha (fenómeno inicial de afundamento seguido de levantamento já com sedimentos), associado a vagas sísmicas e à acção erosiva do Sado.

Tipologia: romano, paleocristão. Aglomerado construído em função da actividade conserveira, com inúmeros vestígios de cetárias, além do equipamento urbano característico dos povoados luso-romanos: habitações, termas, necrópole, columbário, basílica de 4 naves, com frescos de inspiração paleo-cristã, que se aproximam de outros em igrejas asturianas.

Características particulares: o columbário (sepultura familiar) é um exemplar raro em território português. Junto à basílica existia uma construção circular, a N. da actual capela, provavelmente um baptistério, entretanto desaparecido, que ainda viu um crismon pintado nas paredes da basílica, por ele interpretada apenas como uma capela sepulcral. 
Intervenção realizada: século XVIII, segunda metade – escavações patrocinadas por D. Maria I; 1850 – a Sociedade Arqueológica Lusitana procede a explorações em casas de habitação; 1924/1933 – escavações dirigidas por Marques da Costa; 1948/1955 – Dr. Leite de Vasconcelos; 1963 – início dos trabalhos arqueológicos dirigidos pelo Prof. Manuel Heleno e Dr. Fernando de Almeida; 1976 – assentamento de uma estrutura metálica para defender os frescos da capela paleocristã.

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